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sábado, 7 de maio de 2011

MulherHomem - Pele Casaco



“Primeiro foi o nome; um post no Facebook (cada vez mais, o meio de divulgação media preferido das bandas) anunciava o nascimento de mais um projecto musical. O jogo de palavras sugeriu-me imediatamente mais uma banda enquadrada num género qualquer da moda (new wave, pós-rock, indie garage, ou qualquer outra coisa do género – nome pomposo, som?, mais do mesmo).

A constituição da banda, contudo, aguçou-me o apetite: afinal, tratava-se de mais uma banda do Bruno Broa, com Luís Balinho ex-BAR e Filipe Paradela de ALMA FÁBRICA.
“A Estranha” sempre foi do meu agrado; “Oficina Salobra” faz-me muitas vezes companhia; “Alma Fábrica” partilha o “A” com Arte. MulherHomem? Valia a pena experimentar. Fui espreitar…
“Pele Casaco” era o tema que servia de apresentação da banda. Baixo? Não há, mas também não lhe senti a falta. Riffs crús de guitarra e uma bateria nervosa fazem a cama onde o Sr. Broa se deita. Para dormir? Nada disso!.. Para gritar, expelir demónios, dar vida ao Mr. Hyde que o Dr. Jeckil de Alma Fábrica esconde.

O engano estava desfeito. Esta MulherHomem tem forma sim, no tal nome pomposo. Mas tem muito mais conteúdo – nas letras (começa a ser imagem de marca, digo eu), na postura (agressiva, desiludida com a vida, mas relutante em desistir, apostada em dar a cara à luta), na consistência (são mesmo só 3? E fazem este barulho todo?), na integridade – custa a acreditar que é uma banda recém-nascida.

Aquela que já ganhou o cognome de “banda mais pesada do MAR” entra, finalmente, para o Movimento. Para ficar? Certamente. A razão é, para mim, só uma, e não tem a ver com a qualidade do projecto (inegável). Mas porque ao ouvir MulherHomem sentimos que a coisa é feita com o coração. E quando assim é, sabe sempre muito melhor. E o resultado só pode ser bom.

Uma última dica: quando se sentirem amorfos em casa e com vontade de suar e exorcizar a semana que carregam às costas já têm um remédio. É marcar encontro com a MulherHomem.

Mas não discutam com ela…”

By André Conceição, Matilha, Movimento Alternativo Rock.
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