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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Souls Of Fire - Sem DJ


Os Souls of Fire é uma banda que se forma a partir de um grupo de amigos, que se conheceu na Praia de Leça, no Porto. A importância da praia está ligada a vários factores, entre eles o surf e o bodyboard, ou razões que têm simplesmente haver com o facto da nossa casa, ou mesmo a nossa antiga escola estar na proximidade da praia, e assim muito naturalmente esta aparecer como espaço principal de encontro e convívio. A verdade é que para todos os efeitos, a praia sempre foi um espaço público onde as pessoas que a frequentam procuram o sol, o descanso, a diversão… e de todos os espaços da cidade é talvez aquele menos preconceituoso na medida em que congrega rapazes, raparigas, novos e velhos, pobres e ricos, populares e intelectuais, residentes e imigrantes, brancos, pretos, uns vermelhos, outros amarelos ou mesmo azuis… a praia é assim! É exactamente neste contexto livre e multicultural que surge a ligação ao reggae, à música de intervenção. É através das experiências dos amigos mais velhos, das histórias de viagens que correm pela praia, e da praia enquanto espaço que acolhe viajantes com novas histórias, que o reggae (banda sonora de todas essas histórias) chega ao grupo mais novo e influenciável, ou seja nós! Estamos a falar do final dos anos noventa, numa altura em que ainda se trocavam discos e cds, e sendo nós miúdos, construímos muito do que somos com base nestas referências… Assim muito naturalmente surgiu em 2000 a banda de música, que rapidamente todos os amigos (novos e velhos) acolheram como parte da praia, parte da identidade de todos… desde essa data, novas histórias foram contadas a partir dos muitos concertos que a banda teve oportunidade de dar e partilhar com todos. É exactamente nesta perspectiva que nós, Souls of Fire, nos situámos…uma banda de todos, para todos. Em 2006, tivemos a experiência de gravar o primeiro disco “Comunicar” e dessa forma expandimos o nosso grupo de amigos, dando a conhecer mais a nossa música. Pelo caminho, deparamo-nos com politicas de mercado completamente novas para nós: marketing e multinacionais, investimentos e publicidade, crítica e opinião pública. Todo um mundo que nos fez perceber ainda melhor, o verdadeiro significado de escrever e tocar música reggae. Foi também nessa data que ficou muito claro para nós, que o crescimento de uma banda deve reflectir de todas as formas a música que canta: neste sentido, é com muito orgulho que reconheço a total independência e soberania dos Souls of Fire. Nunca nos sujeitamos a pressões de nenhum género: o nosso modelo de funcionamento assenta nos mesmos princípios de igualdade que desejamos ver na nossa sociedade (todos os membros, músicos e agentes, recebem uma parte igual, comprometendo-se cada um com um trabalho que é de todos), numa retrospectiva do nosso ainda curto percurso fomos intransigentes com modelos de negócio, ou supostas propostas propagandistas que de alguma forma fossem contra uma posição ideológica que consideramos ser basilar no nosso grupo. Não estou convicto que todas as decisões tenham sido as mais acertadas, mas tenho a certeza que a banda nunca penhorou a verdade das suas músicas. (que é o principal!) Em 2009, e depois de três anos a escrever novas canções, temos o segundo disco intitulado “Subentender”. O principal desafio deste disco era ser ainda mais verdadeiro que o primeiro, mais interventivo, que expressasse simultaneamente a dedicação e crescimento enquanto músicos e enquanto indivíduos. Um disco que retratasse experiências e momentos marcantes da banda: tais como o concerto com Skatalites, a celebração do 25 de Abril num concerto organizado por nós (Expressão 2005), a pequena digressão com os brasileiros Ponto de Equilíbrio, a experiência de trabalhar com Jim Fox em 2006, concertos com Alpha Blondy, os Waillers, Gentleman, Groundation…e tantos mais! Queríamos trazer para o disco, a experiência que foi tocar pelo país, e o quanto aprendemos nesses contactos…desde a Moita a São Miguel, de Santarém ao Pombal, Cascais, Lisboa, Porto, Viana, Matosinhos…mais e mais sítios e lugares… Pedimos por fim a ajuda a alguns amigos, que nos dessem a sua opinião, que fizessem o seu juízo sobre o trabalho final deste disco… (claro que no meio de elogios vêm sempre criticas que vamos ter certamente em conta, quando fizermos o terceiro álbum), entretanto… continuamos a crescer, e continuamos com a incrível sorte (sim, também conta!) de poder dar muitos concertos, que no fundo é aquilo que mais nos motiva: partilhar música, fazer amigos, viajar e conhecer, e poder viver a fazer isso!
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