Videos mais vistos

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

dR. Estranho Amor - Mais do Mesmo

SuperNada - Irreal


De SuperNada ainda não se pode biografar muito, sabe-se que nasceram em 2002, na mesma semana que Pluto. Os esboços da banda partiram do guitarrista Ruca (baterista no Pluto), este apresentou as suas ideias ao Manel Cruz (que ficaria na voz) e daí surgiu a banda constituída por mais três elementos: Miguel Ramos no baixo, Eurico Amorim nas teclas e Francisco Fonseca na bateria. 
Juntos, o quinteto com nome de boneco de BD, anda por aí a tocar em bares como Santiago Alquimista ou Hard Club e não gravaram nenhuma maqueta por opção própria. Numa entrevista à Cotonete disseram mesmo já estar a pensar no segundo álbum, pois o primeiro já tem as músicas feitas e o que querem é “fabricar” coisas novas. 

Pois venham elas digo eu!

Luís Belo

Ornatos Violeta - Capitão Romance

Pluto - Só Mais Um Começo

Foge Foge Bandido - Borboleta

Ornatos Violeta - Punk Moda Funk


O quinteto constituído por Manel Cruz na voz, Peixe na guitarra, Elísio Donas no teclado, Nuno Prata no baixo e Kinörm na bateria, foi formado em 1991. Só seis anos após a sua génese surge o primeiro álbum, “Cão!”, nele se deu a revelar toda a irreverência e criatividade do grupo, sempre com uma pitada de ironia e humor irresistível, desde do Rock ao Ska, passando pelo Funk. Por outro lado, já se germinava um lado mais sentimental com músicas mais calmas e doces, são exemplo “Chuva” ou “Letra S”. Mas foi no seu segundo álbum que esta linguagem foi explorada de uma forma mais profunda. “O Monstro Precisa de Amigos” foi a confirmação da genialidade do colectivo do Porto, monumental e inovador, este que acabaria por ser o último álbum da banda que acabaria por arrecadar vários prémios antes do seu término - entre eles Álbum do Ano pela Blitz – mas é hoje, anos depois, que com a criatividade e singularidade reconhecidas, que o monstro e o cão fizeram finalmente amigos e se espalham por Portugal inteiro.

Cindy Kat - Polaroide



Foi em 2003 que surgiu o nome Cindy Kat.
Paulo Abelho (Sétima Legião, Golpe de Estado) e João Eleutério (Comboio Fantasma, BCN) começaram em 2001 a compôr bandas sonoras para teatro e outros eventos culturais, para os quais eram convidados, enquanto trabalhavam juntos no estúdio de Paulo Abelho.
O actual estúdio Armazém 42 que coabitava com a editora Transformadores é um autêntico ninho de criatividade, passando por lá alguns dos mais importantes compositores e intérpretes da música portuguesa contemporânea, originando muitos encontros e por isso também ali surgiram muitas parcerias, colaborações.
Ana Carolina, programadora do espaço Frágil, no Bairro Alto, ouviu as músicas que Paulo Abelho e João Eleutério andavam a compôr para as suas bandas sonoras, gostou muito e não hesitou em convidá-los para ali irem tocar. Eles aceitaram, mas tinham de dar nome ao projecto. Assim surgiu o nome Cindy Kat, criado para este primeiro concerto ao vivo.
A propósito desta primeira apresentação ao vivo no Frágil convidaram Pedro Oliveira (Sétima Legião), para colocar voz num dos temas e participar no concerto.
Pedro Oliveira começou a ouvir as composições que já existiam e entusiasmou-se com o projecto. Descobriu numa das composições alguns acordes e tonalidades que lhe faziam lembrar o tema “Glória” dos Sétima Legião com letra de Miguel Esteves Cardoso, e sugeriu que fosse feita uma adapatação da letra original de “Glória” àquela composição, e assim começou a participação de Pedro Oliveira nos Cindy Kat. A partir daí nunca mais parou. O Pedro foi levando para o estúdio algumas harmonias de voz e letras para as composições, algumas já existentes, outras que foram surgindo já com o músico perfeitamente intergrado nos Cindy Kat.
Por estas alturas o Quinteto Tati estava a gravar no estúdio com Paulo Abelho e João Eleutério e aconteceu naturalmente o desafio a JP Simões (Quinteto Tati, Belle Chase Hotel), que muito admiram, para escrever a letra e dar voz a um dos temas. JP Simões ouviu, gostou e começou a trabalhar primeiro noutro tema, mas foi com o tema “Míudo” que tudo fez sentido. Uma interpretação brilhante.
Mas outros convidados viriam a surgir naturalmente para completar o muito esperado disco de estreia, homónimo, dos Cindy Kat.
Enquanto compunham uma música começaram a pensar que voz ficaria ali bem, e devido ao groove e à estrutura da música, lembrara-se imediatamente da fantástica voz de Sam, amigo de longa data de Paulo Abelho e Pedro Oliveira, que começou por escrever a letra e dar voz ao tema “Nova Convention” e que acabou por escrever e interpretar também “Fix My Phaser”.
Gomo é outro dos nomes sonantes que aparece no álbum de estreia dos Cindy Kat, talvez não seja um convidado surpreendente, uma vez que Pedro Oliveira também já tinha participado em dois temas do álbum de estreia de Gomo “Best Of”. Esta participação surge principalmente pela amizade e cumplicidade que une o Pedro Oliveira ao Gomo e pelo mútuo respeito a nível musical e estético. “Distância” é um dos mais fortes candidatos a hit single deste disco.
A fechar o rol de convidados que deram voz e letras ao brilhante disco de estreia dos Cindy Kat surge talvez o mais surpreendente de todos. Surpreendente por ser a primeira vez que participa num disco de outro artista, surpreendente por se ter encaixado tão bem num género musical que não lhe é habitual, surpreendente pela brilhante letra e interpretação. Pedro Abrunhosa. Pedro Abrunhosa, foi o mais pensado de todos os convidados que participam neste disco. Os Cindy Kat tinham em mãos uma música muito cool, com um reggae de imaginário muito soft, apelando à spoken word. Pensaram em vozes que pudessem encaixar no imaginário da canção. Paulo Abelho lembrou-se de Pedro Abrunhosa, e propôs ao Pedro Oliveira que o convidassem. Pedro Oliveira que tem uma amizade de longa data com o artista portuense falou com ele, mostraram-lhe a composição, Pedro Abrunhosa gostou e aceitou o convite. “A Saída” é o resultado que todos podemos ouvir. Pedro Abrunhosa deu letra e voz a este tema.

Miss Lava - Don't Tell a Soul



Há 7 anos, um vulcão stoner rock começou a aquecer uns grooves pesados. A força criativa deste projecto era S. Rebelo (ex-baixista dos Exiled, 196Hate), um mestre a distorcer as frequências ultra-graves. Nesta altura, S. Rebelo ainda fazia algumas experiências sónicas e dedicava a maior parte do seu tempo aos Dawnrider, a sua outra banda. Três anos depois, S. Rebelo percebeu que já tinha estabelecido um backbone musical sólido para uma banda. Apesar de muitos músicos participarem nas sessões stoner de S. Rebelo, apenas um deles era constante, o baterista Ricardo Espiga, cujo feeling jazzy garantia uma distintividade sonora importante. À medida que os Dawnrider caminhavam em direcções opostas aos objectivos musicais de S. Rebelo, ele começou a voar cada vez mais alto nos céus do stoner rock e acabou por gravar uma primeira música para encontrar membros permanentes. Johnny Lee, há muito tempo perdido no deserto musical (ex-vocalista da banda de trash Etherial Grief), ouviu falar das gravações de S. Rebelo. A primeira convergência sónica foi mágica. No entanto, faltava um elemento. Lee ligou para o seu parceiro musical de longa data, K. Raffah (ex-baixista de Etherial Grief, Sundance, Se7enty Se7en e Mélange) e desafiou-o a assumir as despesas de guitarrista. "If there's hell below, we're all gonna go." pensou Raffah ao aceitar a viagem. Raffah e Rebelo desenvolveram rapidamente uma forte química de composição, sustentada pelo forte groove de Espiga e potenciada pelo incisivo sentido melódico e profundo conteúdo lírico de Lee. As músicas começaram a aparecer sem parar, cada vez melhores, cada vez mais quentes. As coisas estavam literalmente a aquecer neste hub criativo e acabou por ser uma decisão natural, entre copos de vinho no Bairro Alto, chamar a banda de Miss Lava. A força do rock com o sedutor calor feminino. Aqui estava uma representação fiel para a música que o quarteto criava. Com o objectivo de construir um setlist sólido para tocar ao vivo e seleccionar algumas faixas para gravar, a banda começou a gravar e a pré-produzir todas as suas músicas até o Verão de '06. Depois de gravarem 8 músicas, o baterista Ricardo Espiga separou-se da banda, prosseguindo a sua carreira musical com o estudo de Jazz no Porto. Os Miss Lava desejaram-lhe felicidades e encontraram rapidamente um substituto, J. Garcia (ex-Fiona at Forty).

in Blitz

dR. Estranho Amor - Whisky Mundo Novo



Os dR estranhoamor surgiram em 2003 pela reunião de músicos vindos de projectos como Balla, Líderes da Nova Mensagem e Viviane.

Empenhados em construir músicas com letras em Português, a primeira maqueta surge pouco depois e a banda dá nas vistas no Concurso Quinta dos Portugueses, organizado pela Antena 3, passando todas as eliminatórias e chegando à final.

Após seis anos de trabalho em conjunto, os dR estranhoamor lançam finalmente o seu álbum de estreia, intitulado Os crimes do dR estranhoamor e outras estórias. A um mês do lançamento do disco, o guitarrista e letrista Hugo Costa abandona o projecto por razões pessoais.

Prosseguindo com um novo guitarrista, é no Music Box em Lisboa que os dR estranhoamor fazem a apresentação do seu primeiro álbum. Um mês depois, a banda é convidada a abrir o Palco Planeta Sudoeste da edição 2009 do Festival da Zambujeira do Mar.

by hugovcosta.com

João Só e Abandonados - Meu Bem



João Só nasceu em Coimbra e mudou-se aos nove anos para Lisboa. Ouve de tudo mas faz questão de cantar e compor em português. As suas influências vão dos Beatles aos GNR, passando pelos Oasis, Clã, U2, Sérgio Godinho, Tom Petty, Rui Veloso, Elliot Smith, Quarteto 1111, Los Hermanos, Elvis Costello e Jorge Palma. Escreveu a primeira música aos 15 anos e desde aí nunca mais parou. Em Janeiro de 2008, juntou-se aos Abandonados e gravou o seu álbum de estreia, que será editado pela Arthouse / Valentim de Carvalho em Setembro de 2009.

in Blitz

Os Pontos Negros - Conto de Fadas de Sintra a Lisboa


Não se sabe ao certo o que contem a água canalizada da linha Sintra, que mutações terríveis são essas nos jovenzinhos expostos ao Locus Horrendus suburbano. Mas em 2005 a “cena de Queluz” pariu o seu derradeiro colosso. Os irmãos Pires - Jónatas e David, bateria e guitarra - deram o primeiro coice. Juntou-se outra guitarra chamada Lipe (ex Comboio Fantasma, Lacraus, Velhas Glórias, Ninivitas,). Mais tarde, um orgão a fazer as vezes do baixo, foi o Silas (Ninivitas) no topo do bolo.
A novidade ponto-negrina tornou-se mel para o melómano Tiago Guillul (que esteve e está em demasiadas bandas para fazer caber neste parêntesis), bem como para toda a restante família Florcaveira - editora que orgulhosamente acolheu os primeiros registos destes caucasianos Pontos Negros. Num relatório oficial ainda por publicar, consta que há qualquer coisa tragicamente errada em quem não gosta dos Pontos Negros.

in Blitz

Os Golpes - Vá Lá Senhora



Provavelmente tão inesperado como ver Truffaut num filme americano sobre extra-terrestres (Close Encounters of The Third Kind, em 1977) é ver a banda de rock mais portuguesa de Portugal a escolher o seu nome a partir de um filme francês de Truffaut. À razão de 100 golpes por cada um dos rapazes do grupo, nasceram em 2006 Os 400 Golpes.
E se uma vez 300 aguentaram nas Termópilas, 400 não subsistiu à designação final. Mais certeiros, mais certeiros, mais certeiros, renascem em 2008 Os Golpes, só Os Golpes. E renascem não como a Fénix, mas como a passarola de Bartolomeu de Gusmão, numa versão alongada com cerca de 10 milhões de lugares sentados. O timoneiro Manuel Fúria dos Golpes tem voz de comando e guitarra por leme; o Luís dos Golpes tem um baixo preciso como um astrolábio; o Pedro Rosa dos Golpes, rosa-dos-ventos, ora dedilha outra guitarra, ora sobe ao cesto de gávea para segundas vozes subidas; o Nuno dos Golpes (e da bateria) segura o quadrante, acerta o ritmo, segura o quarteto.
Não me enganei quando lhes atribuí o título de qualquer coisa mais portuguesa de Portugal: Os Golpes são uma espécie de aldeia de xisto onde não faltam arranha-céus. Sabem de cor os engarrafamentos na hora de ponta e o passo arrastado do velho pároco nas procissões da vila. Comem faisão em porcelana e sardinha (da piscicultura do Padre António Vieira) em broa. E para isso do rock não ser coisa portuguesa, os senhores contra-argumentam de caravelas na ponta da língua: as especiarias, a globalização antes de ser um bicho de sete cabeças, os Obrigado toscos que os japoneses ainda dizem.
A 2009 pertencerá o primeiro disco dOs Golpes (ou vice-versa). O cunho da produção será do mestre Jorge Cruz e no sinete da editora ler-se-á Amor Fúria. Daquilo que nos é lícito esperar, a Marcha dos Golpes é uma eufórica promessa. Certeira, certeira, certeira. Esta primeira cantiga que verteu para a internet é o perfeito Abre-te Sésamo lançado às pálpebras de qualquer melómano que esteja comatoso desde há 25 anos. O fervilhar do rock português de tempos idos está lá todo. Mas desenganem-se os profetas da desgraça, do terrorismo-revivalismo, do rebanho de antanho: Os Golpes não são do passado. A grande ironia geográfica deste país hipnotiza-nos com a sua cauda. Os Golpes estão noutra ponta: a garraiar os cornos do porvir.

Samuel Úria, Setembro 2008

Jorge Cruz - Adriana



Nasci na Praia da Barra, no seio de uma família descendente de padeiros e guardas fiscais. O meu pai era treinador de futebol e a minha mãe cozinheira de chanfanas. Fiz a escola primária num colégio de freiras onde fui introduzido à fé e à religião. Aos fins-de-semana visitava militantes do PRP na prisão de Custóias. Com 10 anos, parti para Angola. Estudei na Escola dos Flamingos Cor-de-Rosa, Lobito, Benguela. Fui aprendiz de pesca em mar-alto sob vigilância de militares cubanos. Iniciei o treino em ginástica desportiva com o campeão mundial russo Lev Smedianov, embora a composição de refrões pop tenha afectado o meu rendimento. De regresso a Portugal, e já depois da morte de José Afonso, vivi na Charneca da Caparica, escrevi letras de hip-hop e formei um duo com o guitarrista Rui Jorge Abreu. Aos 15 anos, voltei à Praia da Barra onde celebrei casamento com uma jovem fotógrafa praticante de body-board. Fui basquetebolista. Li os existencialistas e formei o power-trio Superego que gravou em 1998 o disco "Quem Concebeu o Mundo Não Lia Romances" aclamado pela crítica por ter capa sépia. Ao vivo os Superego abriram para Sérgio Godinho e Jorge Palma e podem ser acusados de ter interrompido músicas para baixar do palco e participar em rixas. Com o segundo disco "A Lenda da Irresponsabilidade do Poeta" (2001) fecharam a sua história inscrita num manifesto cómico-radical que não lhes granjeou amizades. Pelo meio editei 300 exemplares de canções acústicas gravadas em cassete baptizadas de "O Pequeno Aquiles". Licenciei-me em psicologia. Assinei os papéis de divórcio e fui tocar nas ruas de Barcelona e Santiago de Compostela. Estagiei com o músico guineense Oli Silva. Formei uma Fanfarra de música tradicional portuguesa de fusão. Dormi na Lagoa do Fogo e ouvi o "Time Out Of Mind". Fui investigador na Universidade do Porto, àrea de feminismo e psicologia política. Em 2003, gravei o álbum "Sede" que viria a ser editado pela NorteSul. Dediquei-me à escrita de short-stories e romances de amor. Na primavera de 2006, formei 4 bandas e fui para a Sra. da Hora gravar "Poeira" com músicos portuenses do rock, do jazz, do reggae e da música tradicional. Esperei pelo S. João para me despedir do Hospital de Sto. António e mudei-me para Lisboa onde aprendi as profissões de bartender, porteiro e ensaísta. Em 2007, fui apresentado ao Tiago Guillul e ao Samuel Úria, fomos até Sesimbra gravar o primeiro disco do João Coração que acabei por co-produzir, e habituei-me a comer japonês em centros comerciais e a ler passagens da bíblia criteriosamente aconselhadas. O Manuel Fúria aproveitou para me ir oferecendo grades de minis até eu estar convencido a produzir Os Golpes. Gosto adquirido, comecei o ano de 2009 a produzir o João Só e Os (seus) Abandonados. Ainda em 2008, formei em Oeiras a banda de tráde-roque Diabo Na Cruz com o Bernardo Barata (Feromona) e o João Pinheiro (Tv Rural), à qual se juntam B(Fachada) e João Gil (V. Economics). Primeiro álbum para a FlorCaveira é gravado em Maio. Com a Helena Madeira (Dazkarieh e Mú) formo o duo niú-folque Os Vígaros. 

Chamo-me Jorge Cruz. Outra vez a mudar de casa.

B Fachada - Estar à espera ou procurar



A seu tempo, o cepticismo fará as pazes com B Fachada. Para já, Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado, o primeiro fonograma de longa-duração, é o passo de gigante que certifica tudo o que parecia inevitável desde que os primeiros sintomas foram revelados na netlabel Merzbau (agora encerrada em termos de edições, mas bem viva na disponibilização dos impressionantes Até Toboso ou Mini CD: produzido por Walter Benjamin).
As indubitáveis qualidades de Pónei Dourado já não nos deixam mentir, porque Bernardo Fachada é isso aí: alguém capaz de gerar um entusiasmo praticamente inédito nas últimas duas décadas da canção portuguesa. Ele é simultaneamente o traficante duplo, que infiltra canções da cidade na aldeia e vice-versa; o contador de histórias sensíveis ao azedume e ao comportamento; e o músico elogiado pelo comparsa Samuel Úria (num press-release que vale mesmo a pena ler). Iluminado por uma excelentricidade muito sua, Bernardo Fachada afirma-se como um valente estratega da canção que foge à inconsequência e ao desenraizamento dos êxitos do horário nobre.
Pela forma como espelha o Verão de B Fachada, Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado é a versão Beta de si próprio, um fresco apaixonadamente irreflectido (como os amores retratados), um conjunto de canções que usa a alma como única maquilhagem (sem riscas no nariz). Anda que está dura a erecção criativa de um B Fachada perfeitamente lúcido no malabarismo lírico que faz com o tempo, o território (ele já tocou na Zé dos Bois, na Zé dos Bois, na Zé dos Bois) e o humor (auto-)referencial criminosamente seco, porventura a sua grande marca de autor. Entre o “z” de “Zé” (o burguês emancipado) e o “z” de “Zé dos Bois” (em “Lá na Selva”), desfila o abecedário da canção que recusa passar indiferente. Efémeros ou não, muitos dos temas incluídos em Pónei Dourado têm tudo para perdurar nos lábios de quem se atrever a cantá-los à mesa com amigos em jantares bem regados. Foi este empolgamento que levou o Bodyspace a quebrar o gelo com Bernardo Fachada.

in Blitz

Feromona - Psicologia



Feromona, power-trio de rock português, nasce em Lisboa em 2003. Depois de ano e meio em estúdio, a estreia em palco acontece em Agosto de 2004. Em Abril de 2005, a saída do baixista da formação original leva à entrada de Bernardo Barata no grupo, juntando-se assim aos irmãos Diego (voz e guitarra) e Marco Armés (bateria). Seguem-se concertos pelo Porto e Lisboa (vários) e a gravação da maquete Feromona, cujo alinhamento incluía já uma primeira versão do tema Mustang. Em 2006, mais concertos em Lisboa (vários), Braga e Cascais. A banda grava também um EP cujo single - Psicologia - começa a rodar em várias rádios locais por todo o país. O EP chegaria ainda à Antena 3 e à Radar, com os temas Mánif e Mustang, respectivamente, para além de Psicologia. 2007 fica marcado principalmente pelas actuações da banda em Tóquio (Fevereiro), primeiro em cartaz no festival Independence-D, no Studio Coast, e, depois, na discoteca Ruby Room. Também no início de 2007 acontecem as sessões Concertos de Bolso, iniciativa da Antena 3 que juntou vários projectos da recém-criada editora Catadupa!. Em Maio e Junho a banda toca em várias cidades portuguesas, destacando-se os concertos realizados em Évora, em Portalegre e no Porto. No final do ano, e depois de vários concertos pelo Norte do país e pela região de Lisboa, a banda filma os dois primeiros videoclips - Psicologia (realização de Vasco Viana) e Bisturi (realização de Victor Ferreira) - que fazem parte da promoção do álbum de estreia, Uma Vida a Direito, lançado em Junho de 2008, ano em que se destaca a realização de vários concertos acústicos, a participação nas Noites da (Antena) 3, no Seixal, no festival Selekta, em Leiria, a festa de lançamento, na Crew Hassan, em Lisboa, e a actuação ao ar livre no arraial da Mouraria.

in Blitz

Tv Rural - Mar




"filomena grita!, dos TV Rural, é um disco que nos propõe uma viagem a um recôndito território musical, onde uma paleta de sonoridades mais ou menos conhecidas se funde com a diferença, com o inesperado e até com o insólito. E há neste entrecruzar de trilhos rítmicos, harmónicos e melódicos algo de particularmente fresco e tonificante, que nos faz olhar com uma centelha de esperança para o horizonte da música moderna feita em português. Neste contexto, os TVR oferecem-nos uma abordagem suficientemente aberta e ecléctica para escaparem ilesos a uma catalogação imediatista, pese embora seja nas margens do rock que lançam âncoras, antes de nos embarcarem nas suas viagens musicais. Porém, não se julgue que a liberdade linguística das suas canções se esvazia nas malhas da incoerência, já que a destreza com que procedem a alterações rítmicas, a variantes de acordes, ou mudanças de humor no interior de uma boa parte dos temas apresentados; ou a maturidade com que manipulam o seu material, polvilhando-o com insondáveis subtilezas capazes de lhe atribuírem um sabor genuinamente português, acabam por ser o garante de um fio condutor para todo o disco.

As letras não deixam de ser peculiares na escolha dos assuntos ou na abordagem dos conteúdos, tendo como virtude maior a facilidade assustadora com que nos remetem para a construção de cenários mentais, sendo, por isso, particularmente cinematográficas. Desde a badalhoquice grotesca de ‘o animal que há em nós’, passando por essa espécie de marasmo de Mar da Palha transformado em Revolta na Bounty, que é ‘navegadores de recreio’, até ao quente passeio pela ribeira dos detritos, no acético conforto do ‘escafandro’, os TV Rural oferecem-nos paisagens vagas, personagens enigmáticos ou histórias surreais, que casam bem com a proposta alternativa do[s] seu[s] som[ns]. A dar corpo às palavras, a peculiaridade do timbre e da dicção de David Jacinto ajuda a reforçar a ambiência insólita do projecto, a que se junta um uníssono de vozes em coro que não se resigna a um trivial protagonismo de segundo plano. Dito isto, se alguém mais distraído não retiver logo nas primeiras audições de filomena grita! a maturidade e coesão do som dos TVR, deverá deter-se sobre a faixa ‘tens tempo’, onde a banda se aventura por uma interpretação expressionista do tema. Aqui, a toada lenta do início da canção torna ainda mais evidente a forma como cada músico sabe ocupar o seu lugar, sem procurar protagonismos balofos ou se diminuir em falsas modéstias. A abertura de espaços que se gera para o diálogo entre os diversos instrumentos, sejam eles guitarras, baixo, bateria ou voz, é de uma beleza e maturidade assinaláveis, a que se junta uma sábia transição de humores, capaz de transformar uma música dócil num corrosivo grito de cólera. Tudo isto embalado numa impecável produção - assinada pelos próprios -, a que se junta um som de primeira água.»"

By João e à Ana Bagão

Pluto - Entre Nós



Os Pluto são uma banda portuense constituída por quatro elementos: Manel Cruz na voz e guitarra, Peixe na guitarra, Eduardo no baixo e Ruca na bateria. O grupo foi formado em 2002 e a sua música aproxima-se de um rock mais cru e pesado em relação ao antigo grupo do vocalista, os Ornatos Violeta. Em Pluto, descobrimos uma nova face do Manel que, agarrado à guitarra, não se deixa intimidar e entoa as músicas sempre com bastante garra. Aparece-nos então, não como contador de histórias, mas a usar sua voz como mais um instrumento. Em Outubro de 2004 editaram o seu primeiro álbum, intitulado de “Bom Dia”, o single escolhido foi a música “Só mais um começo” e mais tarde Entre Nós. Agora atenções viram-se para um segundo álbum que ainda deve demorar... de qualquer forma os Pluto vieram para ficar.

Luís Belo

Hands On Approach - If You Give Up



Banda revelação da música portuguesa em 1999. Originária de Setúbal, é formada por Rui David (vocalista), João Luis (guitarra baixo), Sérgio Mendes (guitarra) e João Coelho (bateria).

O seu trajecto iniciou-se em 1996, quando Rui David estava a tocar com uns amigos numa praia do Algarve. Nesse momento, um animador de rádio aproximou-se e convidou-o para tocar duas ou três músicas ao vivo. Aceitando de imediato, convidou o seu irmão João Luis para tocar baixo e mais dois amigos para tocarem guitarra e bateria.
Depois de alguns ensaios, apresentaram-se ao vivo para o auditório da Antena 3. Esta seria, então, a primeira apresentação dos HOA, que foi para o ar num programa que mostrava o que havia de novo no panorama musical em Portugal.
Depois de tão inesperado sucesso, a banda decidiu dar continuidade ao projecto, iniciando o circuito habitual de demos e de contactos com editoras. Foram fazendo espectáculos um pouco por todo o lado e, em Outubro de 1997, mais de um ano depois da apresentação na Antena 3, quando estavam a tocar ao vivo numa discoteca, um manager decidiu ouvi-los com mais atenção. Deste interesse resultou a gravação em estúdio de algumas músicas, o que lhes permitiu apresentar um trabalho mais coeso e "maduro" às editoras. Consequentemente, assinaram com a Universal/Polygram um contrato para dois discos.
O primeiro trabalho - Blown - editado em Março de 1999, foi disco de prata à saída, tendo vendido mais de 38 mil exemplares, marca que deixava a banda à beira de uma estreia "platinada". O primeiro single - "My Wonder Moon" - esteve no primeiro lugar do airplay nacional durante quase dois meses. Deste álbum, produzido por Darren Allison - que colaborou com Skunk Anansie, Spiritualized e Divine Comedy, entre outros - foram extraídos, " Silent Speech" e " Tão Perto e Tão Longe" , mais dois grandes singles que se tornaram rapidamente em hinos obrigatórios de qualquer espectáculo da banda. O disco foi posteriormente lançado no Brasil, em edição dupla, que incluía cinco temas novos gravados ao vivo. Neste mesmo ano, tornaram-se a banda revelação da música portuguesa e a sua digressão levou-os a fazer mais de 90 datas por todo o país.
Um ano depois, em Outubro de 2000, lançaram o seu segundo trabalho - Moving Spirits - cujo primeiro single - " The Endless Road" - teve uma excelente carreira no airplay nacional. Após mais de um ano de digressão nacional, os HOA criaram o seu site oficial - www.handsonapproach.pt - ao mesmo tempo que apresentaram, a 17 de Abril de 2002, no Musicais de Lisboa, um novo formato de espectáculo semi-acústico, muito mais intimista e próximo do público.
Em 2004, a banda esteve em estúdio a preparar o terceiro álbum de originais - " Groovin'On Monster Eye-balls" - Este trabalho, cujas composições começaram a ser pensadas e construídas durante a digressão de Moving Spirits, foi produzido no Estúdio da Música a Metro, no Condado Beirós em São Pedro do Sul, o mesmo onde foi produzido o álbum dos FingerTips. "If You Give Up" o grande sucesso desse cd conta coma participação da vocalista dos Wire Daisies , Treana Morris tornou-se fã do grupo a partir do momento em que conheceu os dois primeiros álbuns e, durante o processo de gravação de Groovin' on Monster's Eye-balls, teve oportunidade de ouvir e de se "apaixonar" pelo tema. Como a admiração é mútua, o convite à cantora inglesa, por parte dos HOA, para cantar o tema foi imediatamente aceite.
Os quatro anos que distanciam o segundo do terceiro trabalho foram muito importantes para todos os membros dos Hands on Approach na medida em que lhes permitiu participar noutros projectos e expandir os horizontes criativos e emocionais de cada elemento.
Este cd contem todos os êxitos num formato acústico e nessa transformação que aconteceu no Casino da Figueira dia conta com a ajuda do músico dos Coll Hipnoise João Gomes nas teclas, China (guitarra), Rui Rosado (percursão), Tiago Machado (teclas) em "Let´s Be in Love", "To Your Side" e Ensemble Voct em "To Your Side"
Como bónus, a banda incluiu um dvd com a gravação vídeo do mesmo concerto, fotos que contam a sua história, making of, entrevista, clips... enfim uma peça para guardar em casa uma banda de que não se pode passar ao lado.
Neste momento os Hands On Approach encontram-se a trabalhar no próximo disco de originais. O novo tema, "Riots On the Sreet" já se encontra a rodar nas principais rádios nacionais.

in Blitz
Locations of visitors to this page