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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Rádio Macau - Acordar


Após uma ausência de oito anos, os Rádio Macau voltam a dar cartas em 2000. O trunfo tem por nome "Onde o Tempo Faz a Curva". Este afastamento prolongado do grupo não constituiu, no entanto, uma completa paragem por parte de Xana, Flak, Alex e Filipe Valentim. 
Recorde-se que tanto Xana como Flak, aproveitaram este intervalo para desenvolver projectos a solo. Ela, vocalista da banda, editou em 1994 o disco "As Meninas Boas Vão Para o Céu, As Más Para Toda a Parte", ao qual sucedeu, quatro anos depois, o seu "Manual de Sobrevivência". Entretanto, aproveitou para se dedicar mais a sério ao curso de Filosofia que então frequentava. Ele, o guitarrista do grupo, desenvolveu o projecto "A Máquina do Almoço dá Pancadas" juntamente com Luís Filipe Valentim,Lívio, Rodrigo e Gui, tendo também editado o álbum "Flak" em 1998, um disco ao qual também deu a voz.
A banda interrompeu este hiato, que durava já desde 1992, no dia 1 de Julho para participar no Festival Cosmopolis, onde apresentou, em primeira mão, os temas incluídos no seu novo trabalho, "Onde o Tempo Faz a Curva". Desde logo, ficou claro que os Rádio Macau deixaram para trás as chamadas canções radio-friendly, ao estilo do "Elevador da Glória", ousando agora conquistar um novo público.
Olhando para trás, recordamos que os Rádio Macau deram início à sua já extensa carreira em 1980, ano em que nasceram as primeiras canções do grupo, na altura, constituído somente por Xana, Alex e Flak. Filipe Valentim só se juntou à banda três anos mais tarde, ocupando o lugar de teclista. 
O grupo começou a dar nas vistas algum tempo depois, com a gravação de uma maquete, que contou com a participação de Ramalho na bateria. Uma vez captada a atenção das rádios e dos jornais, foi mais fácil conseguir espectáculos e entrevistas. Seguiu-se a assinatura do contrato com a EMI - Valentim de Carvalho, e a edição do primeiro álbum de originais da banda, em 1984, simplesmente intitulado "Rádio Macau". A crítica foi unânime, considerando o grupo como um dos mais importantes da música moderna portuguesa. Dois anos depois, foi editado "Spleen", um disco conceptual, cujo papel principal foi atribuído às letras, destacando-se no disco o texto de Pedro Malaquias - que passaria a ser colaborador regular nas letras dos Rádio Macau - para o tema "Entre a Espada e a Parede".
Depois de uma série de concertos inseridos numa digressão que passou por Espanha, Berlim e Grécia, os músicos editaram o "Elevador da Glória", em 1987: um álbum repleto de canções, gravado sem grandes artifícios e onde o protagonismo foi devolvido às guitarras. Coincidência ou não, o que é certo é que foi precisamente com o "Elevador da Glória" que os Rádio Macau viram subir ainda mais a glória da banda, tendo sido este o álbum mais vendido do grupo.
Mantendo uma evolução constante, os Rádio Macau editaram, dois anos mais tarde, o disco "O Rapaz do Trapézio Voador", onde os músicos trabalharam com meios técnicos até então nunca por eles utilizados, o que conferiu ao disco sons e ambientes inovadores. "Disco Pirata" surgiu em 1991 e, um ano mais tarde, foi a vez d'"A Marca Amarela", disco que se revela agora essencial para uma melhor compreensão da mudança de sonoridade praticada pela banda no álbum "Onde o Tempo Faz a Curva", do qual foi extraído "Uma Questão de Tempo", o primeiro single. 
Nos álbuns seguintes, o outonal "Acordar" (2003) e o primaveril "8", a banda volta a interessar-se pela canção mais despida e por uma vertente mais acústica.

by Maria João Serra
in http://m80.clix.pt

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